A extinção do Fórum de São José do Vale do Rio
Preto e do Juizado Especial Cível (JEC) de Itaipava preocupa a classe
jurídica. Os processos do JEC seriam redistribuídos para o Fórum do
Centro Histórico, enquanto os da cidade vizinha iriam para Teresópolis.
Mais de sete mil processos seriam transferidos, o que sobrecarregaria
ainda mais os já saturados Fóruns de Petrópolis e Teresópolis. A Ordem
dos Advogados do Brasil (OAB – Petrópolis) está sensibilizando e
alertando os integrantes do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de
Janeiro (TJ-RJ) para os riscos que estas mudanças causariam.
De acordo com o presidente da
subseção, Antonio Carlos Machado, a medida representa um retrocesso.
“Esta decisão prejudicaria o funcionamento regular da cidade
de São José. Não se pode imaginar um município, legalmente
constituído, sem o Poder Judiciário”, destacou. “O fechamento será uma
grande perda para os cidadãos e advogados que militam na cidade, e
trará graves efeitos ao funcionamento do Judiciário em Petrópolis, uma
vez que o Fórum seria ainda mais sobrecarregado”, afirmou, destacando
que a emancipação da cidade preconiza o funcionamento das três esferas
de poder.
Citando a mudança do Juizado
Especial Cível de Itaipava, o presidente da subseção ainda ressaltou o
crescimento do terceiro distrito nas últimas décadas. “Ficamos
preocupados com a pretensão de extinguir o JEC de Itaipava, porque é público
e notório que esta é a região que mais se desenvolve na cidade, e os
investimentos são cada vez maiores”, afirmou, citando que, do Retiro à
Posse (área de atuação do JEC), os empreendimentos imobiliários estão
construindo cerca de dez mil novas moradias.
“A Comarca não pode prescindir do
funcionamento do Juizado Especial de Itaipava. A população certamente
irá crescer nos próximos anos, e, com isso, crescem
também os conflitos judiciais”, destacou. Antonio Carlos Machado
ressaltou que a Prefeitura de Petrópolis concedeu, recentemente,
incentivos fiscais para novos empreendimentos – mais um fator que
poderá impactar no desenvolvimento da região.
Para o presidente da subseção da OAB, a
Comarca precisa, na verdade, do contrário: um maior número de varas
cíveis e juizados especiais, para atender às centenas de processos que
chegam diariamente nos fóruns.
OAB participa da luta para manter o Fórum de São José desde o início do ano
Em fevereiro, a equipe da diretoria da
OAB, liderada pelo presidente Antonio Carlos Machado; Fernando Ayres da
Motta; Marcelo Portella e Fernando Esteves, estiveram presentes a uma
reunião com o presidente da Câmara local, Dárcio Andriolo e os
vereadores Luiz Pantanal, Rosana Raposo, Luiz do Aires, Luri, Marcelo
Novaes e Lucas Ribeiro. O encontro também reuniu advogados que militam
na cidade.
À época, Andriolo afirmou que a
retirada do fórum seria um desestímulo à vida no interior. “As grandes e
médias cidades estão completamente saturadas. É preciso incentivar as
pessoas a viver no interior. Queremos manter este espaço, conquistado
com muita luta, porque traz desenvolvimento para a nossa cidade”,
afirmou.
Fonte: http://www.noticiasdaserra.com.br/
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